Contei
ao Gabriel sobre ti
Disse
ao Gabriel que estava apaixonada por ti e ele pôs as mãos à cabeça, disse-me cheio de certezas
que tu eras maluco. Aproximei-me das asas dele e sussurrei: “mas eu também vejo
cores que não existem”. O Gabriel sabe que sim e pensou mas não disse que as
cores que tu e eu vemos inexistentes podem revolucionar as paisagens por
escrever. “Já sabes o nome completo dele?” perguntou. Sabia sim, é um movimento à minha volta
preto/azul, também sou azul e viajo pelos mares que ainda estão por descobrir
para te dar a vida da rebentação das ondas solares. Tu viajas
pela erva onde os caracóis de casca turquesa fazem as suas casas e sabes de cor
as histórias fantásticas que eles contam, gostas de mas contar no meio de um
sorriso. O Gabriel disse para finalizar: “fazem um par estranho mas têm tudo para dar
certo pois ambos divertem-se a libertar as borboletas dos casulos antes de tempo e ensinam-lhes
o primeiro voo quando elas são pequenas princesas, percebo a atração que têm um pelo outro: são feitos de uma teia de
aranha que se procura emaranhar na iris para criar mundos novos”.
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