quinta-feira, 31 de março de 2011

Rapaz, dois comentários. Eu costumo dizer que sou a melhor brochista de Lisboa e arredores, já viste o que estás a perder? Além disso, tenho um coração magnífico onde podes aninhar o teu, já viste o que estás a perder?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Rapaz, ainda estou chateada por ter sido rejeitada. Espero que não me faças o mesmo quando me reencontrares. Nunca te iria desculpar. Já não vais encontrar a rapariga jeitosa daquela noite, mas esta também vale alguma coisa. Se calhar já não vais encontrar a rapariga extrovertida porque eu ando um bocado tímida, mas talvez se consiga dar a volta a isso. Talvez se possa chamar a Lisa. E o Bernardo também. Acho que afinal não vou enviar o teu livro para o concurso, mas um livro de poesias variadas, acho que assim tenho mais possibilidades de ganhar. Fica para uma próxima vez. Vais ver que haverá próxima vez. Não fiques com ciúmes do tipo, era só um tipo. Além disso, calculo que na tua vida existirão várias tipas. Mas dessas que não rejeitam. Devem fazer uns belos pares passeando pelas ruas e jardins da cidade. Morro de ciúmes, já sabes, e tenho vontade de matar essas tipas todas. Nunca ocuparão o meu lugar! Tu não estás muito consciente disto, mas tu és meu. Beijo namoradeiro

terça-feira, 29 de março de 2011

Olha rapaz, lá fui ao tal jantar do meu amigo. Achei o amigo dele engraçado mal o vi, e, enquanto ele ia falando, ia achando-o interessante. Até que ele leu umas poesias dele: não eram nada boas. Primeiro só estávamos os três, depois foram aparecendo mais pessoas. Eu fiquei o tempo todo calada. Mas, às tantas, tive de ler um poema meu, correu bem. O tipo foi-me levar a casa, ainda pensei que pudesse sacar-lhe um beijo, mas ele pirou-se logo. Mas, pensando bem, o tipo não tinha nada a ver comigo, até era um pouco irritante. Disse-lhe que era tímida porque, de facto, estava a sê-lo, mas duvido que contigo seja. É sempre chato ser rejeitada. Apesar de tudo, o tipo podia servir para eu dar umas voltas. És sempre tu, sempre tu. Espero que também tenhas ciúmes quando leres isto.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Rapaz, não tenho nada para te contar. Até tenho muitas histórias, mas prefiro contar-tas pessoalmente, é mais divertido. Há outro concurso em Abril, e imagina o quê? Vou concorrer com o teu livro! Vai ser o cabo dos trabalhos revê-lo todo: tem 91 páginas e, além disso, o máximo que eles permitem são 50 páginas. Quantas "páginas" é que tens para mim? De mim para ti, as tais 91 são só uma amostra. Tenho tanto para te dar. Por agora ficas cheio de beijos meus, boa noite.

domingo, 27 de março de 2011

Rapaz, hoje fui ao cinema ver uma comédia romântica (“Tens a certeza?”), era mais ou menos, dentro do género. Ficas já a saber que eu gosto desse tipo de filmes, se é que estás a perceber (vens ver uns filmezinhos desses comigo, eh, eh, eh). Bem, a nossa história parece-se um bocado com uma comédia romântica, embora, às vezes, seja mais a dar para o trágica. Hoje, por acaso, aconteceu-me uma coisa trágica no centro comercial onde fui ao cinema: fui comprar um bolo e a minha carteira de repente desapareceu, às tantas vejo um tipo com uma carteira igual à minha a sacar notas lá de dentro, pensei que me estivesse a roubar e agarrei na carteira desatando, ao mesmo tempo, aos berros (“essa carteira é minha!!!!!!!” - Bianca no seu melhor). Depois lá percebi que a carteira não era minha, a minha carteira apareceu, pedi mil desculpas ao tipo, que estava completamente fodido, foi uma vergonha. A minha mãe diz que tão depressa não sai comigo à rua. Bem, a situação até teve uma certa piada. Os meus pais são muito sérios. Nunca se riem das minhas piadas. E olha que algumas têm realmente piada. Uma piada muito duvidosa. Eh, eh, eh. A minha irmã foi para a night, e eu nada, chateia-me um bocado. Quer dizer a pessoa não precisa de sair todos os fins-de-semana, mas pelo menos um ou outro já ia bem. Tu deves gostar de sair, cheira-me. Andar a chafurdar na noite. Ainda hás-de tomar um Baileys comigo, mesmo se o achares intragável. A hora muda hoje, avança uma hora, e tu, mudas de ideias em relação a mim? Oh lindinho, sinto-me sozinha. Bastava uma frase tua, mas uma frase daquelas que nunca se esquece. Tanta saudade, tanta saudade. Vem lá para ao pé de mim agora. Não há nada que me faça esquecer-te, nem pensar menos em ti. Gostava que também estivesses nesta angústia, que gostasses de mim desta maneira. Bem, já sabes isto tudo… Beijo quente sonoro

sábado, 26 de março de 2011

Sofia: estamos todos bem dispostos?

Sara: ao pé de ti, claro!

Bianca: eu acho muita piada, essa bajulação toda

Celina: olha quem fala Bianca, tu que adoras isso

Bianca: tá caladinha que ainda te dou cabo das raízes

Bruno: oh amor tem lá calma

Beatriz: eu acho que vocês não têm muita calma com a Bruna, de facto

Bruna: é isso irmãzinha!

Bárbara: mas que discussão mais estúpida

Sandrina: mas aqui só há disso

Camilo: vê-se mesmo que não há mais nada para fazer…

Safira: não serves para nada Bernardo

Bernardo: ora vai-te foder, eu tenho os meus feitos

Jaime: mas há muito Amor

Lisa: sim, tu a babares-te pela Sara

Núbia: ora Lisa, tens muito que falar, de facto, é cada um pior que o outro…

Paulo: mas a Lisa e eu fazemos cá um par, mesmo filosoficamente falando

Dália: mas sim, estamos bem dispostos!

Vicente: Syfia estás em grande, não é?

Syfia: lá tá: tudo o que eu toco respira a minha vida! Nada melhor

Adriana: olha lá ò Syfia és um bocado para o convencida, julgas o quê, que estás nisto sozinha?

Nuno: nunca estarás em segundo lugar Adriana

Alexandre: uau, temos declaração?!

Celeste: estão a falar muito alto e acordaram-me

Oriana: nunca deixam a miúda em paz

Siilvya: tu precisas é da minha protecção contra esta gentinha toda que enlouquece qualquer cabeça

Albertino: tens de pedir autorização ao Dário ou pensas que é assim, isto já não tem regras

Dário: realmente, a Matilha está fora do controlo, eu não sei como pôr ordem nesta barafunda!!!
Ia uma cigarra às compras e encontrou um camaleão. Disse esta para ele: “muda lá essa cor de pavão” e riu-se às gargalhadas. Ele ficou lixado e disse: “cala-ta lá tu com essa voz de cantora de ópera desafinada” e mando-a para o caralho. Vai daí ela toda fodida mandou vir as compadres cigarras e deram-lhe uma coça, até ele ficar sem cor, foi um pavor. Vai daí ele convoca os seus compadres, compram umas boas rolhas e metem-nas pelas gargantas abaixo das cigarras, nem um pio mais se ouviu. Agora cada vez que uma cigarra passa por um camaleão, ela baixa a voz e ele baixa as cores.
Rapaz, andei a informar-me e tenho muita pena que eu só seja uma boa fantasia sexual tua. Já tínhamos falado sobre isto várias vezes mas agora tenho informações privilegiadas e tenho mesmo a certeza. Fiquei com lágrimas nos olhos, juro que sim. Podíamos ser tanto juntos. O Vontade das Fogueiras chama-se assim por tua causa: vontade, v e n, vinte e nove ou vamos namorar? (esta foi o Luís que inventou). Hoje lá fui entregar aos correios os meus livros, foi um momento muito emocionante! Estava tão nervosa, queria que estivesse tudo certinho, era o Norberto no seu esplendor. Quando lá cheguei lá estava ele, o tipo que se parece contigo. Não parava de olhar para ele, até que o nosso olhar se cruzou, ia tendo um ataque cardíaco! Eu estava a ser atendida por uma senhora que, de repente, desapareceu para ir fazer não sei o quê e às tantas o tal tipo vem pôr-se mesmo à minha frente à procura de uma coisa qualquer e ainda demorou um bom tempo a achá-la, de propósito? Eu só me babava! Depois, fiz uma coisa mesmo à Sara, pus o nome do Destinatário no Remetente em dois envelopes até perceber o erro. Mas a senhora dos correios remediou logo a situação. Vou ter um jantar com um amigo meu e com uma amiga minha, esse meu amigo vai levar um outro amigo que eu não conheço que também escreve e quem sabe? Eh, eh, eh! Estás com ciúmes?! Tirei o maior número de informações possível sobre ele e a coisa agradou-me. Estás com ciúmes?! Escreve ficção científica, será que tem sensibilidade poética? São mundos muito diferentes. Mas estas conjecturas são uma treta, segundo informações privilegiadas não haverá gajos na minha vida, por isso é melhor que eu me habitue a essa ideia. Mas ao menos podia ter um bocado de sexo, foda-se!!! Bem, tu deves estar na mesma situação. Bem feita!!! Ai rapaz, gosto tanto de ti, nem fazes ideia! Tu aí parvinho a masturbares-te e eu a pôr paninhos quentes sobre os meus pensamentos românticos! Tu aí idiota agarrado à pila e eu que não me calo, sempre a falar sobre ti a toda a gente, já ninguém me suporta! Tu aí imbecil todo esporrado e eu a gastar o teclado do meu computador a as minhas palavras a escrever poesias para ti! Foste sair? Está um tempo ameno, está bom para sair. Deves gostar de ir ao Bairro Alto, eu também, mas não percebo nada daquilo. Era um bom sítio para nos reencontrarmos. Mas aposto que não vai ser aí, é demasiado óbvio. Mas nunca se sabe. Espero que os teus amigos gostem de mim. Aviso-te já que sou muito tímida, a dar para o caladinha. Bem, ao pé de ti será diferente claro. Tenho outra coisa para te dizer: eu gostar de ti não foi uma coisa que partiu de mim, tu foste-me imposto! Não passou tudo de uma grandessíssima armadilha da Bruna, depois explico quem ela é. Isto foi tudo pensado, está a ser tudo pensado, até ao mais ínfimo pormenor. Portanto, se estou com a cabeça toda fodida por tua causa é de propósito. De qualquer forma, preciso da tua Poesia! E a noite está boa rapaz? Está muita gente na rua? O que é que estás a beber? Estás a mirar as gajas? Foda-se, o que é que se passa na tua vida agora?! Estás a falar sobre o quê? Sobre mim? Eh, eh, eh! Às tuas amigas gajas? Eh, eh, eh! Ou se calhar foste à casa de banho bater uma. Eh, eh, eh! Sou mesmo assim tão boa? Eh, eh, eh! Por acaso quando fantasio contigo gosto de me lembrar de teu piiiiii bem feitinho bem enfiado na minha boca. Foi um bom momento, sem duvida alguma. O teu piiiiii está aprovado. Ui, e dentro de mim, que maravilha!!! Aprovadíssimo!!! Não queres fazer uso dele agora comigo?! Num segundo estavas com uma ganda tesão! (a Lisa sabe do que fala). Essa enorme tesão, eu engulo-a toda, chupo e chupo à guloseima o teu piiiiii. Cada vez mais fundo na minha garganta, cada vez gemes mais. Como-te o piiiiii com tal prazer que tu só latejas. Já não aguentas, já não aguentas e rebentas com o esperma à minha berma. Estás ai na noite mas bem que preferias que eu te estivesse a fazer isto. Fodia-te todo rapaz, fodia-te à grande!!! Metia-me em cima de ti e quase não te mexias! Agrada-te? Faz-te lembrar alguma coisa? Eh, eh, eh! Estou sempre a ver-te em todo o lugar, ou são as pessoas ou são os sinais: os malditos números! Bem, por hoje já chega. Aqui vai um poema dedicado ao dia de hoje, pelo menos por ter acabado aqueles dois livros, porque acho muito difícil ganhar, vai assinado com a minha faceta “Eu Sou a Poesia”:

A este lugar chega sempre a poesia
Qual viagem contínua
Que sabe dizer os mapas
Com que deves conduzir os teus olhos
Neste dia flamejante
Ela reina com o peito aberto
E o seu beijo acende fogueiras
Ela canta sempre em mil sonhos
Acordando toda a gente

Syfia

sexta-feira, 25 de março de 2011

Rapaz, hoje, quando for de tarde, vou aos correios entregar os meus livros para os concursos! Tu já deves estar na caminha por esta altura, andamos sempre desencontrados, eh, eh, eh. Não tenho nada de especial para te dizer hoje, estou cansada. Fui ao cinema ver um filme de que gostei (“Nowhere”), era sobre um tipo que tinha todo o tempo do mundo e que basicamente andava aborrecido, como eu. Bem, só te queria mandar um grande, grande beijinho de boa noite.

(Georges Rouault, "Nu incline")

quinta-feira, 24 de março de 2011

Uma coordenada para o nosso relacionamento: hoje o PEC não foi aprovado e o Sócrates demitiu-se. Perguntei à Bruna se tu ias gostar dos meus óculos e ela disse que sim, eu respondi: “que mau gosto. Depois perguntei-lhe se gostavas de mim e ela não respondeu, vai daí eu disse: “se gostar tem bom gosto”. Estou sempre a dizer coisas negativas acerca de mim, hoje apeteceu-me dizer qualquer coisa positiva. Desde há uns tempos para cá invento umas musiquinhas parvas rimadas, claro que são influência tua! Já tenho as poesias todas escolhidas e revistas, vou só revê-las uma última vez amanhã por causa das coisas. Não faço ideia se os dois livros estão bons, acho que alguns poemas estão, pelo menos do meu ponto de vista. Isto dá um trabalho do caralho, mas quem corre por gosto não se cansa. É como se eu não tivesse outra hipótese, não consigo deixar de escrever isto tudo que eu sou como se, às vezes, não houvesse nada mais. Entendes? É uma expressão do ser a um nível tão elevado, não a encontro em mais lado nenhum. Depois sinto-me tão livre ao escrevê-los, posso dizer o que quiser, sobre tudo o que me apetecer. E é uma forma de criação maravilhosa, às vezes fico de boca aberta com alguns dos meus poemas por serem tão belos e perfeitos. Os tais, não rimados. Já te disse que não fui eu que os escrevi? Foi o Jaime e o Bruno, tanto um como outro são adoráveis, ias gostar de conhecê-los, pelo menos a esses. Há pessoas que são um bocadinho, como hei-de dizer, um pouco problemáticas. Mas penso que a pessoa se habitua. Ahhhhh!!! (Petrus Petrarcus). Se me fizerem o jantar todos os dias, de preferência as minhas comidas preferidas (Sara). Se me bajularem constantemente (Bianca). Que tal umas fantasias eróticas non-stop? (Bernardo, Andreia). Esta última já te deve agradar rapaz!!! Hum, bem gostaria de saber os pormenores das tuas fantasias eróticas comigo. Ficaste muito fixado naquele sofá ou agora levas-me a passear para outros sítios? Não me digas que me levas outra vez para a casa de banho! Estás com muito azar! Mas se fizeres muita questão sempre pode ser no chão, ou então pensa noutra opção imaginativa. Trabalhas, né? Como eu estou numa mood positiva aposto que ainda estás acordado e de repente pões-te a pensar em mim. Assim docemente, chamando por mim. Sabes tão bem o que queres, não tens duvida alguma. Sem nenhuma hesitação: queres-me a mim! E eu entrego-me ao teu coração. Isto já está a ficar demasiado lá lá lá, a culpa é das Canções de Ternura. Mas é assim não é rapaz? Eu estou gravada na tua memória e é de uma forma bonita, não foi só sexo. Eu preciso de saber, esta duvida atormenta-me. Põe-te um bocadinho na minha situação e vê se entendes. Estás a pensar em mim, estás a pensar em mim com carinho, com meiguice! Há uma parte minha que acredita realmente nisto. E quero tanto que não estejas com alguém e que não venhas a estar, quero-te só para mim. Tenho mesmo ciúmes sim. Essas gajinhas enfiadas na tua vida, mas que merda é essa?! É uma falta de respeito por mim!!! Eu deste lado tão fiel! Pensa em mim, eu penso tanto em ti! Fazes-me tanta falta. É estúpido: nem dá para explicar como é que uma pessoa pode sentir assim tanta falta de outra por umas horas passadas juntas, passado tanto tempo (quase 3 anos). Mas sabendo, à partida, que sou suposta fazer par contigo é outra coisa. Saberás tu isso? Que linda história a nossa, não concordas? Linda? Maravilhosa, fantástica, deslumbrante, extraordinária!!! Tenho o cabelo molhado, ainda não tive paciência para ir secá-lo e a minha gata está a olhar para mim feita estúpida, é o que se passa agora na minha vida. Ah, também vou acender um cigarro. Já está. Ainda fumas, calculo? Já te disse que passaste a noite inteira (e madrugada, eu digo noite porque é mais fácil) a cravar-me cigarros até não restar nenhum? Eu não entendo as pessoas que fumam e que depois não têm tabaco, não entendo mesmo. E as que não nunca têm isqueiro? Porque é que não deixam as duas de fumar? Só para te pôr a par, no inglês temos estado a estudar os condicionais, se quiseres depois explico-te se ainda me lembrar. Ontem sonhei contigo pela primeira vez, já não me lembro muito bem do sonho, mas lembro-me que tinhas um cabelo aclareado todo levantado para cima muito divertido e que estávamos a falar um com o outro. Depois estávamos deitados agarrados e eu disse para tu me dizeres que me amavas. De seguida arrependi-me e disse qualquer coisa e tu brincaste carinhosamente com a situação. O livro A Vontade das Fogueiras tem 29 páginas de propósito por causa da nossa noite de 28 para 29 de Junho e o título também tem a ver, depois explico. Tudo a pensar em ti! Tu tens alguma surpresa para mim? Gosto muito de surpresas. Entretanto fui secar o cabelo, tá fixe assim mais curto. A minha gata adormeceu profundamente. Quero ter gatos meus, não és alérgico espero? Bem, esta gata é minha mas quando eu me for embora ela fica com os meus pais. Eu salvei-as, a estas duas, mais a outros dois, da rua onde iam morrer certamente quando eram todos pequeninos. E depois tinham uma doença horrorosa, tinha, que tive de tratar a muito custo e que se pegou a mim. A que dorme comigo obrigou-me a deixar de dormir no meu quarto porque não se calava a noite inteira e eu não conseguia dormir. Os gatos dei-os. Meu bem-querer gostava de ficar a falar contigo mais tempo mas está a dar-me o sono. Não te esqueças, estou sempre contigo. Beijo pintado de floresta

quarta-feira, 23 de março de 2011

Rapaz, por razões que não te posso explicar, para mim aquela noite é como se eu não tivesse existido porque não era eu que ali estava, digamos que estava num estado alterado de consciência, e não estou a falar em drogas. Não era bem eu, porque estava sob a influência de algo maior do que eu. E se tudo isto, que supostamente sinto, está baseado nessa noite então tudo o que vivi é uma mentira. Não se pode gostar de alguém com a qual só se passou uma noite, e ainda por cima estando completamente descarrilada da cabeça. Foi uma experiência forte demais, pelas causas que já expliquei, e essa memória não me deixa em paz, daí esta obsessão por ti. Por isso isto não passa tudo de uma mentira. De qualquer maneira também não tenho importância nenhuma para ti. O que é preciso é esquecer-te, tirar-te de uma vez por todas da minha vida. Mas a Sara diz que não. Essa que esteve lá contigo. Essa que constantemente chama por ti. Essa a quem fazes ouvidos moucos. Em que é que falhei, foram as palavras ou os actos? Porque apesar do meu estado, fui sempre dedicada a ti, como o sou agora.

terça-feira, 22 de março de 2011



(Alexis Mérodack-Jeanneau, "La Danseuse jaune")
Um coelho atrás de uma cenoura rolante foi atropelado por uma flor. Esta ficou-lhe com o gosto e comeu a floresta inteira. Sabes Sara, escasseiam as florestas. Mas as que há eu devoro-as como as minhocas doidas fazem com os frutos.
Rapaz, hoje escrevi três poemas enquanto esperava por ir trabalhar para o meu avó numa esplanada no Príncipe Real. Não sei se ficaram bem, às vezes é difícil de dizer. Depois de rever as Canções de Ternura, estou a rever A Vontade das Fogueiras, algo mais generalista, assinado pelo Bruno, talvez por ter poemas optimistas e por levar a Matilha em frente com os seus mil cavalos. Como te sentes rapaz, comigo ao teu lado? É fabuloso? A minha mãe acabou de gritar comigo. É mau! E mais uma vez: porque é que não podes estar comigo? Até podia ser à distância de um telefonema. Eu ligava-te toda tristonha e tu acalmavas-me. Aposto que tens jeito para isso. Para me aconchegares junto de ti. Deixa lá que eu também vou saber aconchegar-te. Ai rapaz falta tanto tempo e eu quero-te tanto ao pé de mim. É uma loucura! É uma loucura eu querer-te assim! Sabe-se lá o quanto me queres. Mas se me quiseres da mesma forma como eu te quero estás a dar em louco. Se assim for, como te estás a aguentar? É mesmo fodido, não é? A toda a hora o teu pensamento e a imaginação não pára. Se estiveres nisto comigo é o paraíso! Gostava muito que sentisses sentimentos fortes por mim. Daqueles que a pessoa diz: “it’s beyond my control” (uma frase da qual eu gosto muito). Podias, podias, podia ser assim? Beijo festinha

segunda-feira, 21 de março de 2011

Rapaz, fiz uma papa de aveia e estou a comê-la agora. Deliciosa! Hás-de provar um dia. Deves estar com muita vontade de me provar, deves! Eh, eh, eh. Não perdes pela demora. Eu vou querer ver a tua cara quando vires este blog, será que vais achar que eu sou muito maluca? E tu, o que terás feito por mim? Isso me pergunto às vezes. Estás quietinho no teu cantinho ou também és dedicado como eu? Seria uma desilusão para mim saber que me desprezas assim sem mais nem menos. Porque nós pertencemos aos braços um do outro. Troppo romantico? Ma è veramente vero. Perché il amore è così: ci abbraccia. (Eu sei de alguém que gosta disto). Portanto, tens de ser para mim como eu sou para ti, tem de haver igualdade. Atira-te ao meu mar, encosta-te gentilmente aos meus portos. Eu estarei sempre ao teu lado. Beijo estrela do mar

domingo, 20 de março de 2011

Na euforia do ser acordei todos os circuitos e soltei-os em cavalos sobre a erva mal varrida. A terra mexeu-se em erupção e voaram árvores cadentes. Fui apanhar os seus frutos e estes tinham comido o sol.
Bem rapaz, pôs-se um calor do caraças! Fui às compras de camisola interior e camisola de lã (menos mal que era fina). A sorte é que tirei os collants porque senão era mesmo o fim do mundo. Fui comprar umas roupitas com a minha mãe àquele centro comercial tenebroso: o Colombo! Às vezes tem de ser. Como é que te vestes? Tens estilo? Espero bem que sim, quero um gajo estiloso ao meu lado. Eu não sou de todo estilosa, até sou bastante desmazelada, é o que se arranja. Estou a dar em maluca a rever os poemas, nem sabes o trabalho que isto dá!!! Pedi ajuda à minha mãe e à Ana, vamos lá ver. Ainda tenho cerca de uma semana. Tu que percebes tanto de poesia (eh, eh, eh) bem me podias ajudar. Acho que é fácil fazer a passagem rimada não rimada, a não ser que sejas mesmo muito resistente. Não dá paciência gente teimosa! Com a minha influência “através do pensamento” tens lido mais poesia? Não rimada? Isso era mesmo divino. Então e o último feitiço, teve algum efeito? Aquilo era potente, espero que o tenhas sentido em grande. Caramba, não há maneira de me fugires, mais tarde ou mais cedo hás-de ser meu! A tua estrada só tem um destino: EU! Aqui vai o último poema que escrevi hoje, muito positivo, e beijo água florescendo:

Olhei em volta
E reparei que as árvores tinham
Crescido demais
Ou era eu que tinha ficado na infância?
Então corri pelos campos em alegria
Quis apanhar as migalhas dos pardais
E ficar de braços abertos ao sol
Contando-lhe os meus sonhos
Nunca foi de noite
Porque nunca fechei os olhos
Porque esse era um dos meus sonhos

sábado, 19 de março de 2011

Está Lua Cheia, então aproveito para reforçar o teu feitiço com a tal vela branca e com uma ladainha inventada por mim (sim, eu tenho uma certa queda para a bruxaria):

“Irás Entregar o teu Coração
Tu que longe estás
Irás pensar Nela
Senão rebentarás de tremendas Dores de estômago
Que não pararão
Serás Dela, quer queiras ou não
Ela será o teu Grande Amor
Caso contrário o teu património irá todo ao ar
Até o teu frigorífico verás voar”


Achas que está bem assim? Como vês são consequências terríveis. Tens mesmo de te vergar! Mas é para o bem de nós dois. Não aguento mais estar sozinha nisto, tens mesmo de estar ao meu lado. Falta tanto tempo rapaz, preciso de te saber ao meu lado! Sinto-me tão, tão sozinha nesta história. Vais ficar quanto mais tempo calado? Aprende a amar-me. Sou desinteressante mas ainda se aproveita alguma coisa. Bem, está bom tempo, deves estar na rua…Eu costumo estar em casa porque é muito raro ter com quem sair, o que me deixa triste pois é bom espairecer. O mais normal são idas ao cinema, agora saídas à noite é raríssimo. Agora só bebo uma bebida: Baileys. Que delicia!!! Uma vez comprei uma garrafa, levei-a para casa e bebia-a de uma só vez durante algumas horas numa noite. Claro que apanhei uma bebedeira, enquanto ia escrevendo poemas, foi giro. A vela está em grande! Vou despedir-me de ti porque tenho de ir rever os meus poemas, diverte-te muito. Beijo saudade

sexta-feira, 18 de março de 2011

Rapaz, apesar de tudo o que te digo não consigo deixar de vir aqui falar contigo. Como estás hoje? Eu estou a comer pipocas salgadas, adoro! Estou a rever as poesias para os tais concursos, muito trabalhoso, cansa a cabeça. Vida de poeta, eh, eh, eh! Adorava saber a tua profissão, será que és professor? E será que também escreves poesia, rimada claro? Ahhahhhahh!!! A minha poesia tem qualidade, a ver vamos se levantas algum problema em relação a ela!!! Ficarás em apuros, aviso-te desde já!!! Além do mais, tantos poemas dedicados a ti, era uma falta de sensibilidade olhares para eles só com a perspectiva rima ou não rima!!! Já te disse que podes dizer à vontade que rimas comigo, isso sim. Pensando bem, será que percebes muito de Poesia? Pois, talvez. Mas se calhar não conheces bem os não rimados. Que pessoa estranha. E lá vamos nós: rapaz, fazes-me tanta falta, é tarde e preciso de ti. Sinto um peso sobre a respiração, às vezes respiro mal porque me faltas. Arde-me o corpo de desejo mas tu não estás. Procuro-te de olhos fechados e talvez me fales através de sonhos dos quais não me lembro. Semeio-te dentro de mim dia após dia. És a minha Valseta. As pipocas já acabaram porque eu sou uma brutinha. E tu estás tão longe. Que vá tudo para o caralho, a mim interessa-me que fiquemos juntos!!! Para mim, o que aconteceu naquela noite, foi muito especial! Hás-de concordar comigo: não foi uma noite qualquer! E não me estou a referir só ao sexo. Não acredito que sejas tão idiota! A mim preocupa-me o futuro, estou mudada a todos os níveis. E se não gostares de mim? Repara, eu não gosto muito. Porque é que tu hás-de gostar, não é? Eu só quero ficar contigo! É tão fácil de entender. Ai rapaz, é impossível não me ouvires quando converso contigo. Faz lá como quiseres mas abre-me o teu coração: ama-me! É o teu amor que eu quero. Quanto a mim estou perdidamente apaixonada por ti mas não te posso dar amor porque não o sinto, mas preciso do teu. Parece-te egoísta? Faz como quiseres, mas tenta fazê-lo por mim. O Amor é sempre altruísta, não espera nada em troca, não é o que se diz? Mas olha que teres-me apaixonada por ti é algo maravilhoso, não perdes nada pela troca. Ser-te-ei muito dedicada, como estou a sê-lo agora com todas as coisinhas bonitas que faço para ti. Bem, não são assim tantas, mas enfim, q.b. Já deves estar a dormir, mas de qualquer maneira dorme bem. Beijo caminhante

quinta-feira, 17 de março de 2011

Estive a pensar rapaz. Quando nos reencontrarmos posso achar-te uma pessoa banal e desinteressante e tu a mim. Imagina que, ao conversarmos, eu chego rapidamente a essa conclusão? Que grande desilusão! E se eu descubro que és mesmo um miúdo? Um armado ao pingareiro? Que afinal és um tipo fisicamente normalíssimo (ou mesmo pouco atraente)? Um fala-barato. Um totó? Um parvinho? Eu não sou nada dessas coisas (da minha parte física já falámos). De qualquer maneira, não me acho uma pessoa interessante, portanto…Não te tenho muito a dizer sobre nada. Sou até aborrecida. Sou apenas uma pessoa bastante problemática, que nem vale a pena ouvir. Como vês muitos espinhos e não há nenhuma rosa.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Rapaz, como vai a tua vida? Espero, do fundo do coração, que esteja tudo bem contigo! Tive de ir a casa do meu avô pois estou a trabalhar para ele. Ele está com uns problemas de saúde, por isso fui comprar-lhe fruta, a família tem de ser uma para a outra, escolhi-a a dedo para lhe agradar. Ao almoço partilhamos sempre uma maça. Partilha comigo o teu mundo! No autocarro julguei que tinha perdido o passe, paguei o bilhete para, segundos depois, ele cair da carteira para o chão, coisas como estas são típicas da minha pessoa, tal como tropeçar em tudo o que é sítio. Ai, se eu tropeçasse em ti…Tenho dois concursos de poesia que devo concorrer até ao final deste mês e estou a preparar tudo, mas sei bem que não vou ganhar, talvez um dia…Como sempre tenho saudades tuas. Aliás, quase morro de saudades tuas. Ou posso dizer que morro de saudades tuas? Hoje, agora, deves estar na caminha para ires trabalhar de manhã. Eu é que tenho poucas coisas para fazer e posso dar-me ao luxo de me deitar tarde. Apetecia-me fazer amor, apetecia-me tanto, nem fazes ideia. Dava tudo (bem, quase tudo) pelo teu corpinho agora. Há aquela expressão: “comia-te todo!”, pois era mesmo isso. Também sentes essas vontades por mim, já falámos sobre isso. A questão de sempre: há algo mais para além dessas vontades? Beijo violeta

terça-feira, 15 de março de 2011

As nuvens bebem vinho às escondidas e, na sua embriaguez, gozam com o sol e a chuva. A embriaguez gosta de tudo o que mexa, ainda no outro dia via-a actuar sobre ramos de macieiras, que expulsaram todas as maças, cujo divertimento, já embriagadas também, foi dar dentadas às flores.
Rapaz, estou tão gorda! Se calhar nem me vais reconhecer. Não deves gostar de mim assim. Lembras-te de mim toda bonitinha, toda jeitosinha, toda sexy. Eu já não sou assim. Engordei tanto! Sinto-me tão mal com isso e não consigo emagrecer. Fantasias a Sara antiga e não como eu estou agora e isso entristece-me tanto. Não irás desejar-me como estou agora de certeza. Acredita, estou mesmo muito diferente. Acho que não me vais reconhecer. Devo ter de fazer a figura de palhaça: “olá, lembras-te de mim?”, e tu “não”, “ah e tal, sou aquela rapariga daquela noite…”. Vais lá saber quem sou eu com 500 quilos a mais. E mais, com um cabelo nojento, que resolveu encaracolar da noite para o dia e que não tem penteado nenhum de jeito. Vais ficar perplexo a pensar: “como é que uma gaja tão gira se transformou numa tipa tão desinteressante fisicamente?”. E tu és tão giro, podes ter as miúdas todas que quiseres. Porque é que havias de escolher uma rapariga tão pouco atraente? Quando nos reencontrarmos e me vires neste estado deves ficar tão desiludido rapaz. Não me vais querer! Não me vais desejar! Hoje recebi a carta da Sara, aquela que tenho estado à espera, tão bonita, o poema que ela me escreveu vai abaixo. Gosta de mim, só um bocadinho, eu preciso tanto disso, mesmo que seja só uma fantasia tua. Vasculha dentro de ti e se descobrires alguma coisa sobre mim dá-me, dá-me tudo! Eu passo o tempo a dar-te tudo. Não sei como não chega até aí. Chega? Aqui chegam sinais mas não sei se és tu.


Nós sonhamos o sonho que habita
No mel dos dias
E deliciamo-nos com a beleza das paisagens
Que nos surgem em flor no olhar
Se te rires
Vou atrás da tua respiração de vida
Sigo a paixão que tu és
Sei que desejas
Uma mão cheia de frutos
Mas repara como ela cresce já em ti
Quando acenas da margem
Para o outro lado do rio
Sente este amor que te envio
Num chá a duas
E leva-me a morar contigo
Nesse teu campo onde sempre correste

Sara

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os rios são, às vezes, fugidios, temos de apanhá-los com ameaças ou dar-lhes de comer menus especiais. Mas tudo é fugidio: “perdi o fio à meada”. Eu uma vez tentei fugir e meti o pé num balde de lavar o chão. Foi um voo brilhante directo para o chão. Diz-se muito comummente: “está a tentar a fugir dele próprio”. E como faz isso, sai-se de casa e vai-se viver para debaixo da ponte? Em termos internos, digo.
Rapaz, é o seguinte, disseram-me sobre ti em relação a mim: “ele pensa em ti embora não tenha consciência da profundidade dos sentimentos”. Então e se eu acreditar nisto? Pensas em mim então, não é. Pensas muito? Tanto como eu, que passo os dias a pensar em ti (como já te tenho dito várias vezes)? E não tens consciência da profundidade dos teus sentimentos? Que merda é essa?! Ao menos sabes que sentes qualquer coisa por mim, já não é mau. Mas tens de saber mais, tens de saber que é uma coisa muito forte, demasiado forte para ficar fechada dentro de ti. Tens de tomar consciência para vires na minha direcção. Porque é que és tão cego? Porque é que não é tão óbvio? Acorda rapaz, acorda para mim! Deixa respirar o que sentes verdadeiramente por mim. Hoje escrevi uma música, chama-se “Estou a ver-te ao sol”, tem piada. Eu gostava de escrever várias letras de músicas e que elas fossem tocadas por bandas. Enfim, sonhos. Vais achar a letra formidável, rima por tudo o que é sítio! Rapaz, rima comigo, rima-te todo, derrete-te em rimas comigo, embriaga-te em rimas comigo, encharca-te de rimas comigo. Apetecia-me agora, neste exacto momento, um beijo teu. Opá não me lembro como é que eles foram naquela noite, mas não foram maus de certeza senão eu lembrava-me. Um beijo assim fogoso e demorado. Não muito fogoso senão está-se mesmo a ver o que ia acontecer de seguida. Mas será que podemos controlar isso rapaz? Nesta noite de um qualquer dia de Março do mais profundo dos teus sentimentos dá-me um beijo. Eu dar-te-ei outro de volta. Digo-te rapaz que às vezes a saudade dói. Bem, aqui fica a minha letra, acrescenta-lhe a música:

Estou a ver-te ao sol

Deste lado do rio fazes-me companhia
Segues comigo a canção das folhas
Caindo no sobressalto do dia
Vem mais longe comigo
Vem até à outra estação
Não perderás o pé no rio
Eu irei encaminhar o teu coração

Estou a ver-te ao sol
Estou a ver-te ao sol
Estou a ver-te ao sol

Neste caminho juntas-te a mim
Ouves os pássaros loucos de paixão
E queres sentá-los junto de ti
Vai em voo com eles
Vê como voam alto
Vai em voo com eles
E sê o seu sobressalto

Estou a ver-te ao sol
Estou a ver-te ao sol
Estou a ver-te ao sol

domingo, 13 de março de 2011

Há qualquer coisa que escapa ao meu olhar hipnotizado por esta floresta de sons rabiscados pelo sistema solar. Vejo e revejo e não compreendo. Vou passear então para o rio que fala abertamente e encontro peixes com dentes inchados comendo moscardos até rebentarem as escamas. Sei agora que o dia se abriu a meu favor.
Ontem à tarde foi a Manifestação da Geração à rasca, eu não fui, não tinha companhia (estavas lá?), mas faço parte dela, infelizmente. Se estiveres interessado na minha vida está tudo na mesma, não tenho emprego e sinto-me muito frustrada por causa disso. Vivo muito mal monetariamente, tinhas de ser tu a pagar as contas todas. Fumo, continuo a fumar e fumo muito. Vamos fumar um cigarrinho juntos? A minha gata preta continua a fazer-me companhia enquanto te escrevo estas coisinhas lindas. Está a chover e eu não vou sair a lado nenhum. Sinto-me sozinha. E a tua vida como vai? Espero que tudo te corra pelo melhor! Ando a cozinhar umas coisas novas, não ficaram nada más, foram umas receitas que tirei da net. Fiz uma grande entrevista à minha avó que agora ando a transcrever. Que vida tão rica que ela teve, havias de ler. Pena que eu não saia a ela, pena que eu não saia a ninguém da família. Não passo de uma desgraçada, uma miserável. A minha vida não faz qualquer sentido, pareço um barco à deriva. Deixa-me queixar-me, deixa-me dizer-te que a minha vida é um inferno. Já foi pior, bem pior mas ainda assim não se consegue viver desta maneira. Vamos fumar um cigarrinho juntos? Vamos ficar juntos? Ai rapaz, nem fazes ideia do quão problemática sou. Às vezes penso que sou maluca. Não sei o que te dizer, só quero que gostes de mim como eu sou. E não como me viste naquela noite, que é apenas uma parte de mim, quero que me conheças na totalidade e que gostes de mim dessa maneira. Estou meia com sono mas não me apetece ir deitar, apetece-me ficar aqui a falar contigo mas não sei o que te dizer, não estou nada bem disposta e tu não me respondes. Estou a ouvir Nirvana, sempre dá para acordar um bocado. Estou à espera de uma carta, adoro receber cartas! Tenho o aquecedor aceso e a cama toda desfeita. O quarto está todo desarrumado, para variar. Estou a fazer conversa da treta, como podes ver. Hum, deixa pensar. Estive a falar há bocado com a Ana sobre ti e ela veio com a conversa do costume, claro que eles nunca vão acreditar, se eu estivesse no lugar deles também não acreditava. Disse-lhe que o que me andava a apoquentar era o facto de eu andar a pensar tanto em ti e achar que tu não estavas nem aí. Enfim, a conversa de sempre. Ando a aprender inglês, acho que ainda não te tinha dito isto. Tive 75% no teste que fiz, nada mau hã? Ok, podia ter-me esforçado mais. Tell me i’m your everything. Era bonito rapaz dizeres-me isto assim do nada numa noite frouxa como esta. A noite não é frouxa, eu é que sou. Chiumf, chiumf. Espero que te estejas a divertir, a curtir a noite. Talvez apanhes uma piela e comeces a cantar na rua, era divertido! Ai de ti se estás na cama! Ao menos que estejas acordado a pensar em mim ininterruptamente. O que te dizer mais? Às vezes penso como seria amar-te. Não faço ideia mas, pelo que já acontece actualmente, calculo que seja de levantar voo e furar as nuvens. E tu, quando pensas em amar-me? É bastante tarde, a gata dorme, toda a gente cá em casa dorme. Já te disse que tenho outra gata? Dorme com a minha mãe. Quero-te gajo, quero-te tanto!!! Vem para os meus braços, é a melhor coisa que podes fazer. Sou maluquinha mas posso fazer-te feliz. Bem, está na minha hora, estou mesmo a cair de sono. Beijo esperança.
Há qualquer coisa que brilha na íris daquele palácio de fantasia: parece ser o animal que quer escapar. Tanto brilha que alimenta a paisagem mesmo em frente cheia de damas sorridentes. Estas mulheres caminham agora com passos de serpente e afastam o luar.

sábado, 12 de março de 2011

Uma observação: os Censos estão a decorrer…sem mim. Mas hão-de vir cá bater-me à porta!
Estive a pensar melhor rapaz, se calhar o meu problema em relação a ti é outro: a minha vida afectiva é tão vazia que, no fundo, o que eu preciso é apenas de alguém que me ame, me deseje. Estou com a auto-estima tão em baixo que o que eu preciso realmente é de alguém que a ponha para cima. Pode ser qualquer pessoa, mas não há qualquer pessoa, porque eu não conheço qualquer pessoa, só te conheço a ti. Por isso é que és tão importante para mim. Não é por razões nobres, como podes ver. Ainda bem, não era nada positivo ter sentimentos reais por ti porque o mais provável é estares-te nas tintas. Ainda assim tenho de lidar com esta horrível obsessão que advém dos factores que mencionei em cima, o que é muito difícil. Não gostava de gostar de ti a sério, acho que era um sofrimento ainda maior. Já basta o que basta, seu envenenador! Quero ouvir-te a dizer bem alto que gostas de mim, que me queres acima de tudo. Seu trama-cabeças, estremeço mal aparece a primeira letra do meu pensamento sobre ti. Eu desfaço-te em fanicos, desmorono o teu ser, deito fogo à tua morada. Eu nunca te deixei entrar, tu forçaste a entrada e agora para mim não há saída de ti. Bem, sexta à noite, que fazes? Amigos e copos? Gaja e sexo? Pois eu hoje nem poesia. Chove e estou aborrecida de morte. A maior parte dos meus pensamentos são aborrecidos de morte. Mas num bar porreiro, espevitada pela tua presença, isso podia mudar. O que te posso dizer, és parte da minha inspiração poética e isso leva-me a escrever poemas bem bonitos. Bem, pelo menos serves para alguma coisa. Podias também servir para adocicar a minha vida, para a encher de amor. Não sei onde estás esta noite, mas sei que devias estar comigo.

sexta-feira, 11 de março de 2011



(Ernst Ludwig Kirchner, "Paar")
Tenho uma tenda no começo da Primavera e sinto-me como uma fera às cambalhotas pelo seu altar. No meu pescoço crescem formigas que temperam o meu corpo em efusão. Levo numa trela um lápis de colorir para poder renascer com os arco-íris.
Rapaz, consegues encontrar o meu nome quando abro a janela? Ouves o tilintar do seu rosto quando te lanço a minha respiração? Chamo-te, chamo-te tanto, dá-me uma palavra de volta, dá-me um sopro do teu vento. Ah, isto de te querer desfaz-me a pele. Se tu ao menos me percebesses, se te pusesses no meu lugar. Estou num quarto quente, aquecido por um aquecedor, com roupa quente e ainda assim tenho frio, pois sinto tanto a tua falta. Sinto falta de um amor que podias sentir. Esse amor que se podia traduzir no teu braço enrolado em mim. Despe-te, despe a tua roupa toda, esquece o mundo e caminha até mim. Poderíamos aquecermo-nos um no outro…

quinta-feira, 10 de março de 2011

Rapaz, para além de pensar em ti como uma pessoa que não conheço também não me lembro de ti: não me lembro da tua cara, do teu sorriso, da tua voz, das tuas palavras, do teu corpo, do teu agarrar, dos teus beijos, do teu cheiro, dos teus olhos, das tuas mãos, do teu sono, dos teus óculos, do teu cabelo, da tua altura, da tua roupa (tirando as calças de ganga). Sei que existiram em mim mas não me lembro, não me lembro e isso angustia-me. É verdade que me lembro de várias coisas que se passaram naquela noite mas não é suficiente. Pode parecer que tens muita importância na minha vida, mas posso dizer-te que basicamente me chateias e muito. Encharcas a tua presença na minha vida. Acredito que não o faças de propósito, mas essa é que é essa. E depois tentar tactear-te e não conseguir, é mesmo uma frustração. Mas não estou a dizer totalmente a verdade, de olhos fechados faço amor contigo. Mas sinto-te tão longe, sabe a tão pouco…Se eu pudesse ver a tua cara a olhar para mim. Será que tu te lembras da minha? De certeza que não. O que é normal, tendo em conta que foram apenas algumas horas. Era bonito que fosses tu a reconhecer-me mas eu estou tão mudada, mas era romântico. Os meus amigos estão todos a apaixonar-se, é bonito de se ver, morro de inveja, eles têm pessoas reais à frente deles, podem tocar-lhes, falar com elas. Eu estou aqui num canto a falar sozinha pois tu nunca me ouves. Podia dizer-te que gostei do último filme que fui ver chamado “Poesia” ou da última banda que estou a ouvir chamada “Broken Bells”, podia dizer-te mais coisas. Podia perder a cabeça e dizer que sinto por ti coisas magníficas. Podia abraçar-te com um desses abraços que nunca se esquecem. Podia querer amar-te perdidamente. Rapaz, vê se enxergas: eu quero-te na minha vida.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Estou tão chateada contigo rapaz, isto ainda relacionado com o post anterior. És mesmo um sem vergonha! Fica a saber que hoje não há sexo: estou com o período! Nem perguntas por mim, vais logo direito ao assunto. Há a tentação e logo a seguir vem a acção. Sabes bem o que queres, não é rapaz, não tens dúvidas. Sua perna de cigarra velha, caganita de coelha! Bem, é que eu desenvolvi fantasias românticas à tua volta. Grande erro!!! Agora fico para aqui toda perdida, o coração não pára de bater. Se calhar exagero: se calhar lembraste do meu rosto a rir para ti e sorris, se calhar lembraste das minhas palavras a falarem contigo e sorris. Se calhar gostaste mesmo de estar comigo, para além da grandiosa experiência sexual. Pode ser que, por vezes, adormeças a pensar em mim ou que durante o dia existam momentos em que estejas totalmente desconcentrado porque o teu pensamento está em mim. Pode ser que existam momentos em que simplesmente te apeteça ouvir a minha voz. Talvez me tenha enganado a teu respeito. Talvez eu esteja em abraço no teu peito. Precisas de me dizer. Precisas de largar o teu abraço na minha direcção.

domingo, 6 de março de 2011

Rapaz, tratas-me como um objecto sexual. Estou metida nas tuas fantasias sexuais e pronto. Um corpo e nada mais. Bem, o corpo mexeu-se e pelos vistos gostaste. Mas tudo o resto em mim passou-te ao lado porque nisso não pensas tu. És muito guloso e só pensas em carninha. És um tipo fútil! Só de pensar que os meus pensamentos estão bem acima dos teus dá pena. Dá pena porque sou uma parva, e quantas vezes já disse isto. Não mereces nada que venha da minha parte! Ordinário! Vai ler revistas porno! Quem é que julgas que eu sou?! Não te dou licença para pensares em mim dessa forma, é obsceno! Daqui a pouco tempo começa a Primavera e depois o Verão, as meninas vão andar mais desnudadas, excita-te com elas! Escusas de andar a agarrar-te ao meu corpo feito leão e pobre gazela. Nem acredito seu ser reles que me persegues desta maneira, a tua respiração arfante para cima de mim! E nem um pingo de sentimento. Usas-me de forma indecente!!! És mesmo reles! Ruim! E diz-me lá: dá-te assim tanta pica? Devias era arranjar uma gaja a sério e deixar-te dessas infantilidades. Já te disse, um rapaz tão engraçado e charmoso arranja uma miúda depressa, depressa e as fantasias passam a acção, e ai sim a coisa é que é realmente excepcional. Não é essa palhaçada da masturbação com uma gaja que se viu numa noite. Onde é que já se viu tal coisa rapaz, precisares de pensar em mim, a gaja de uma só noite, para resolveres as tuas necessidade sexuais. Qual é o teu problema? Será que tenho de voltar ao argumento do costume: és um miúdo. Esquece-me rapaz e como dizem os ingleses: get a life. Tens de sair, fazer-te à vida. E tens de parar de fornicar comigo! Essas fantasias são iguais a uma boneca insuflável. Tens a pila enfiada numa, entendes? Olha bem rapaz eu não estou aí! E acredita que tu não querias que estivsse. Sexo não é o meu forte, nem pouco mais ou menos. Se lá nas tuas fantasias eu sou fora de série nem penses nisso, pois eu sou muito normalzinha. O sexo passado pouco tempo até acaba por me aborrecer, portanto estás a ver. Tens de arranjar uma miúda real que te satisfaça realmente. Tens de arranjar porque tens de me deixar ir, entendes? Tens de largar o meu corpo para eu largar os meus sentimentos por ti. Tenho de deixar de te querer porque isto é um desvario constante dentro de mim. Porque enquanto tu gemes de prazer, eu sofro verdadeiramente com a tua ausência: muito para além de um corpo rebolando-se no outro. Não quero ser tratada como uma boneca insuflável, pára já! És desprezível! E quantas vezes andas a fazer isso? Andas para aí a fazê-lo tipo quase todos os dias? Não me dás descanso nenhum! É um autêntico abuso! É como se eu fosse tua!!! Desejas possuir-me mas na verdade não me tens, escapo-te sempre por entre os dedos. Imaginas-me mas não me tocas, beijas-me mas não me sentes. Estou tão longe de ti na verdade rapaz. A única coisa que sentes realmente é a ti mesmo, nada mais, estás sozinho. O meu pensar em ti é diferente, envolve carinho e não apenas sexo, quer tocar-te de uma forma mais profunda. E por isso também eu estou sozinha. Estamos os dois sozinhos: queremos coisas diferentes. Por isso devemos seguir os nossos caminhos, deves abandonar-me, devo ser abandonada e chorar-te até tudo passar.

quarta-feira, 2 de março de 2011



(Yves Klein, "Anthropometry")
Rapaz, hoje foi o pior dia desde que começou este ano. Toda a gente me tratou horrorosamente mal. Podias dar-me umas festinhas e dizer-me “pronto, vai passar”. Ai rapaz sinto mesmo a tua falta. Só tenho um maço de cigarros para me acalmar e umas musiquinhas, mais nada. Escrevi uns poemas duros também a virar-me contra o mundo, mas servem do quê? Não mudam nada. Estou fodida da vida, estou fodida com as pessoas. Talvez tu me pudesses ajudar. Leva-me a passear, leva-me daqui para fora. Abraçava-te com tanta força agora, acho que caímos os dois para o chão. Não te largava mais, era um abraço eterno. Gostavas? Podes sorrir…Rapaz ao menos diz-me que estás comigo em pensamento. Diz-me que estou nas raízes do teu coração, que nunca saio do seu interior.

terça-feira, 1 de março de 2011

Rapaz, é mesmo pena que não estejas aqui. Estou mesmo mal disposta, até já chorei. Hoje trataram-me mal, várias pessoas. Davas-me uns beijinhos e passava tudo. Cortei o cabelo e ficou um corte bonito, foi a única coisa positiva do dia de hoje. Podias dizer-me isso: uau, estás mesmo bonita com esse cabelo assim! Não me lembro de ti fisicamente (tirando que és alto e tens óculos) mas lembro-me que eras giro. É essa a ideia que tenho de ti. Espero não estar errada (eh, eh, eh). Rapaz, porquê, porque não podes estar aqui hoje? Porque é que tenho de estar sempre sem ti ao pé de mim? Há alturas que me fazes mesmo falta, como hoje. Hoje puseram-me tão para baixo, foi horrível. Vem para ao pé de mim, vá lá! Quero-te tanto!