És o cântico de todas as aves Bianca, acordando-me nessas manhãs do meu abalo que se aveludam pelas tuas paisagens quando o teu pardal-real vem até à minha mão, ou então vens com a tua garça-de-luz compor-me um dos teus cantares. Bianca, cegonha-peregrina que faz o ninho onde por vezes não te podem alcançar, eu voo como uma águia-do-mato para até ti chegar. O ar que respiras é a sede do grito das gaivotas, andorinhas, rolas-do-mar, que rebenta as tuas cidades, onde és náufraga perdida quando as asas te quedam. Mas Bianca elevaste sempre onde o sol não te cega o olhar e o vento varre as folhas que pisas nos caminhos. És a pomba castanha que sobressai, nesse teu olhar de cotovia-do-monte. Eu serei contigo a estrelinha-real que o vento irá levar, nessa viagem conjunta de asas de seiva que são o chamariz do sonho. Pisco-de-peito-azul é a minha saudação e eu sei que no teu coração és um melro-azul.
Bruno
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