domingo, 20 de julho de 2008

Em matos perdidos quando virei as esquinas
Simplesmente não me enganei ao ver-te
Dei voltas indefinidas
Fosse sol, fosse palavra, fosse até dia

Em toda a parte é existência
Não há permanência
Porque adormeço e não senti o teu odor

Interrompo o meu pensamento
Para no silêncio olhar o que não olhei
No passado que ainda não passou
Engano esse na tua direcção
Onde está a saída para o rebordo das nuvens?

Não errei quando te olhei pela janela
E te chamei como se chamam os gatos
Debruçando-me sobre as reentrâncias dos teus olhos
Relâmpagos visionários da noite

Explicações banais são um espreitar
Insectos moribundos que jazem nas janelas
Dos outros, desses que não sabem ser ramos despidos
Quando há ausência no horizonte
Tão-somente horizonte, quão banal é?

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