terça-feira, 17 de junho de 2008

sabes que há noites
que nunca acabam
há noites que precisam de ti
da tua água à minha boca
porque não existe mais nada
senão a tua água
há noites que a tua mão
é a única palavra
e devo acreditar nela
porque estás coberto
dessa respiração
que sempre amei

P.s.: e repara bem que a noite é a altura do dia que menos gosto...


Estava escuro como escuro fora noutros dias. Celeste, a menina saltitante estava numa cama doente e não podia sair para os cantos do tempo. O dia não passava e as dores eram dores iguais a outras dores de que Celeste se lembrava, e assim se passavam os dias. Celeste, a menina saltitante não compreendia, sabia o nome dos remédios e os seus sabores de que não se gosta. Celeste dormia e não dormia, as sombras passavam diante dos seus olhos enquanto as dores ela já não sabia se eram as dores dos pés à cabeça, aquelas que prendem os braços e as pernas ou aquelas mais assustadoras que esmagam o olhar.

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