sábado, 28 de junho de 2008

E a areia derrete-se como um gelado. Estou nua nesta praia de ondas aveludadas onde as pás são as velas desses barcos que dão à costa cheios de peixes cobertos da ternura do mar que viaja sempre em cobertor. Eu sou aquela principessa que sabe dançar as fadas e as sereias ao longo dos dias e de cada grão desta areia que se enrola no meu corpo. Esta carta que te escrevo, esta carta molhada de todo o sal transporta um cavalo-marinho, esta carta transporta-me. Eu sou aquela principessa que cavalga as ondas em barcos a vapor e leio os olhos aos peixes quando os motores ficam presos nas algas.

Sara

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