Vocês, vocês aí que nunca leem aquilo que eu escrevo, que nunca me ouvem com vontade de ouvir e de aprender. Eu sou aquela que escrevo e todas as minhas palavras respiram a minha vida. Vida solitária a minha, escrevo coisas embelezadas de tesouros e vocês cortam-me com tesouras. Esta é a "Poesia da Minha Vida". Ninguém ouve, talvez eu oiça...
CENTOPEIA
Aguaceiro de tormento
percorre a pele sensível
A cantiga que sei de cor
continua infatigável a tocar
A centopeia perdeu o tato
seu corpo de mil bocados
não desiste de caminhar
Nessa chuva miudinha
que torna bolorento o horizonte
ao som da mesma melodia
ela entra pela noite insistente
O olhar já exausto
não cessa de perscrutar
vai noite adentro
até a alvorada rebentar
Ass: Carpintas Pintas
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