terça-feira, 16 de agosto de 2016


Dinamitei o relógio do tempo que apenas destila insipiência e agora pesco planetas com nomes que desconheço, sou vadia pois nada me prende. Na minha liberdade vivo da surpresa dos dias que me presenteia sempre com o piar de um pássaro ardente.
Possuo truques que são ouro e quando estou è frente de pessoas faço o mundo encolher e caber dentro de uma colher, tudo se transforma em tripas coração pois existe quem julgue que o mundo nunca voltará a ser o mesmo.
Alguém me disse uma frase que escrevi em muitos sítios até se tornar a minha verdade, ela diz que quando temos muito no interior desabamos casas cheias de bicharada. Quando quero construir sobre elas nunca coloco cercas: o pasto de letras deve estar ao seu alcance.
As trutas nascem das mãos e voam para longe porque são trutas de escamas corpulentas que sabem preparar-se para voar e estonteiam o céu. É vê-las nas manhãs claras florescendo.
Ganho qualquer jogo de cartas porque barulho o plural da cabeça dos outros, a minha carta é sempre a carta certa pois onde meto a mão a sorte joga a meu favor. Sou sorte, do pé ao tornozelo e mesmo os dois braços, nunca nada falha e eu agradeço ao fim do dia.
Sonhei o teu nome e ouvi o teu riso desaustinado ecoando pelas grutas rocambolescas dos meus ouvidos. Era um dia claro e julguei que fosses ouro, então peguei na picareta e esgravatei-te toda, o que achei é segredo que não pode ser pronunciado.

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