segunda-feira, 19 de maio de 2014


O Rafeiro

 

O homem começou a praguejar contra quem o tinha tornado num qualquer rafeiro numa estrada que ele dizia ser podre. Quem o tentava acalmar era atingido por pedras de infâmias tenebrosas. Ele continuava, agora fazendo previsões cruéis: os vossos campos irão morrer nas vossas mãos, seus cobardes miseráveis. Delirava, delirava enquanto tentavam amansá-lo com a brisa agradável que corre perto do rio. Mas ele, bruto e assustado, era animal sem salvação. Entregava-se às suas terríficas torturas e soltava-as na direção de qualquer alma que passasse junto dele. Massacrava-se ferozmente enquanto os outros homens queriam tirá-lo do seu inferno. Mas ele já não sabia viver fora dele.

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