sexta-feira, 4 de julho de 2014


Sem caminho
 
Ao caminho faltam sentidos para irmos munidos de amor. Está tudo a ruir e pergunto-me: onde vou cair? É verdade que tenho muitas almofadas mas estou preocupada com as pancadas. Relâmpagos ruidosos na minha cabeça, muito teimosos. Paz é coisa que não tenho, imbróglios de todo o tamanho. Raios partam esta canção, parece que não tem conclusão. Fugir para onde, não tenho o dinheiro de um conde. O sinal está sempre encarnado, para mim não há rebuçado. Falta de doces é um pecado, e eu bem os pedi no meu recado. Apanhei um barco a pensar que ia para um destino e acabei a tocar o sino da aflição. Mas sei nadar, e de mar em mar vou a passear com a correnteza. Com certeza que quero do melhor que há, ao meu redor andam coisas estranhas que têm as suas manhas e sussurram-me cartas de filosofia. Têm sabedoria, preferem brincar comigo ao jogo criativo de rebolar nas nuvens e fazer contrabando de cores encantadas, saladas de sabores para todos os gostos. Ninguém me faz favores, eu tenho de ir com a minha matilha toda maltrapilha pelo jogo dentro, contra o vento, contra tudo. E o futuro, dizem que é domínio de Deus.

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