segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Já não me lembro da tua cara. Eu sei, é uma desgraça, mas já passou tanto tempo e foi só uma noite. Como é que eu te vou reconhecer? Eu acho que sim, que te vou reconhecer no meio de outras pessoas ou quem sabe sozinho. Acho que vou ter contigo e dizer: “não sei se te lembras de mim, eu estou um bocado diferente, mas estivemos uma noite juntos, numa noite de um arraial gay há cinco anos atrás (se calhar esta parte dos cinco anos não te posso dizer, era expor-me demasiado, logo se vê, “há uns anos atrás” será melhor)”. Se não te lembrares terei de ser mais específica: “estivemos a noite toda a falar numa casa onde havia uma festa e depois fizemos sexo no sofá, acabaste por te ir embora porque recebeste uma mensagem da tua ex-namorada”. Assim lembraste de certeza. E depois? Pergunto-te como estão as coisas com essa ex-namorada e se já acabaste o curso (risos). São as únicas coisas de que me lembro da nossa conversa, tirando a parte da poesia rimada e não rimada (o começo da conversa). Claro que depois houve a história do engate através das janelas. E a história do menino não querer usar preservativo porque sabia que não tinha nenhuma doença, até aí tudo bem, mas sabia, incrivelmente, que eu também não tinha nenhuma doença, completa irresponsabilidade.
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