sexta-feira, 27 de junho de 2008

E o vento era mais forte e vinha cedo cedo como uma torrente cheia de nós em cristas de truques de cristal que só parte de madrugada, aquela em que partimos em cima de um novelo de lã sem fio condutor e conduzi-te sem te deixar cair, sem te deixar a mão. Sabes para onde se parte quando se quer partir para longe? Para dentro e depois fecha-se os olhos com força e se deixas a minha mão e dou-te o meu coração. Sabes que estás no meio de uma ventania e nem sabes? Porque esses fios que dançam contigo são apenas cocigas de um metal que de tão precioso se agarra à sola da tua entrada e te leva mais longe e se te ris os teus lábios são uma espécie de levante e a sabedoria é saberes-te e depois entrares nessa festa que dizem estar preparada e eu dizer-te uma palavra ao ouvido que nada percebes e serás uma adormecida até acordares...

Jaime

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