segunda-feira, 9 de junho de 2008

Dói sempre uma despedida, esses olhos abertos de mato que não cheguei a ver. Confiei na estrada que era uma história sem razão a não ser um verso aceso pelo nosso fogo. Lembro-me de termos escrito no início de uma cauda que corria a palavra promessa. Se conquistámos todas as cidades, porque partiste? No silêncio da minha boca o teu nome foi sempre dito, continuando a repetir sempre a nossa promessa.

Costumava apaixonar-me por ti todas as noites, quando os telhados gotejavam o meu medo. Chamava-te olhos de lume quando o chão era mais duro do que a pedra. Os meus cabelos entrançados sorriam em fotografias antigas e eu podia ser os degraus de uma casa rumo a um leme que não via nunca. Errava pela noite com o apagar desse lume, não podias levar-me até aos meus desejos porque o vento não se agarra. Provei o sabor dos gritos nessas noites em que me apaixonava por ti, no indecifrar das tuas palavras, mais secas do que o vento que atirava pela boca.

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