Leão
e Sereia
No horizonte fulgurante
eleva-se um barco conduzido pelas cordas vivaças de uma viola musicada por
peixes apaixonados pelas escamas um do outro. São escamas-rebuçados que alteiam
chamas avolumadas que fundem as espinhas concebendo o interior das viagens-clarões
rumo a qualquer matéria. Tudo são velas de rumor embelezando os corais que
salpicam o mar conquistado pelas partículas do céu dançante, somos convidados a
saborear a crista veloz das ondas em forma de foguetão que penetram todos os
mistérios da vida ao sondarem com seus os mastros as viagens que norteiam o
sentido de tudo. Sereia, diz-me o que sente a tua pele invadida pela respiração
perfumada de um peixe leão. Ele ruge apenas para te dizer que ardes dentro das
suas vértebras e que possuis o seu sangue, um sangue adornado pela realeza. Sereia
cuspe-areia-diamante podes responder à pergunta “desejas ser a princesa que
alimenta com águas floridas o peixe leão que esperou toda a sua vida por ti?” O
peixe leão foi ter com a sereia par lhe dar um primeiro beijo de respeito na
testa, disse: acasalemo-nos meu fruto de laranjeira, ofereço-te limas viajadas
por montanhas de ervas mágicas. Assim aconteceu: casaram num dia solar e foram
morar para uma cratera felizarda do sol.
1 comentário:
Viagens-clarão fui eu que inventei. Dou-te metade para te dar manteiga.
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