segunda-feira, 5 de dezembro de 2016


Leão e Sereia
 
No horizonte fulgurante eleva-se um barco conduzido pelas cordas vivaças de uma viola musicada por peixes apaixonados pelas escamas um do outro. São escamas-rebuçados que alteiam chamas avolumadas que fundem as espinhas concebendo o interior das viagens-clarões rumo a qualquer matéria. Tudo são velas de rumor embelezando os corais que salpicam o mar conquistado pelas partículas do céu dançante, somos convidados a saborear a crista veloz das ondas em forma de foguetão que penetram todos os mistérios da vida ao sondarem com seus os mastros as viagens que norteiam o sentido de tudo. Sereia, diz-me o que sente a tua pele invadida pela respiração perfumada de um peixe leão. Ele ruge apenas para te dizer que ardes dentro das suas vértebras e que possuis o seu sangue, um sangue adornado pela realeza. Sereia cuspe-areia-diamante podes responder à pergunta “desejas ser a princesa que alimenta com águas floridas o peixe leão que esperou toda a sua vida por ti?” O peixe leão foi ter com a sereia par lhe dar um primeiro beijo de respeito na testa, disse: acasalemo-nos meu fruto de laranjeira, ofereço-te limas viajadas por montanhas de ervas mágicas. Assim aconteceu: casaram num dia solar e foram morar para uma cratera felizarda do sol.

1 comentário:

Carpinteira disse...

Viagens-clarão fui eu que inventei. Dou-te metade para te dar manteiga.