Tu
eras também uma pequena folha que tremia no meu peito. O vento da vida pôs-te
ali. A princípio não te vi: não soube que ias comigo, até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito, se uniram aos fios do meu sangue, falaram pela minha
boca, floresceram comigo.
(Pablo
Neruda)
Vieste
ter comigo estava eu a chorar, eu sorri então e em ti vi o sol. Vieste e não me
quiseste assustar, vieste docemente mas eu quis ter-te para mim num repente. Desejei
muito abraçar-te e abracei-te com tal força que fiquei abraçada a ti por uma
vida. Falámos tanto, tanto que as palavras não chegaram, tivemos de inventar
uma nova linguagem. O tempo pertencia-nos, passeávamos pelos lugares que chamávamos
nossos pois por eles passava a nossa magia e, quando vinha a noite, fazíamos juras
de amor sob as estrelas. Quando nos apercebemos éramos um do outro.
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