sábado, 12 de fevereiro de 2011
Aposto que és desses tipos de quecas de uma noite só, engatatão de meia tigela. Tinhas mesmo ar disso. Provocadorzinho. Tinhas a mania que eras um portento sexual. Então conta lá: tens muita saída com as meninas? Hum, deves ter. Elas devem andar sempre ao teu redor. “Explica-me esta matéria de Filosofia, não percebi muito bem isto…” E tu, claro, sempre disponível. Deve ter sido por isso que demoraste mais tempo a acabar o curso. És um comedor de gajas! Como tens a mania que és um intelectual primeiro vem a conversa fiada. Depois quando o terreno está preparado dá-se o ataque e a tua fomeca sexual avança sobre a vítima. A mim puseste-me a ver janelas e levaste-me para a casa de banho. Não sei quais é que são as tuas outras técnicas de sedução ou gostos, mas acredito que seja tudo muito imaginativo. Tinhas um ar um bocado perverso, na verdade: tinhas acabado de me caçar e ias de seguida pôr-me no churrasco. Gostas de mandar, não é? Acredito que, não só fantasies com usar o chicote com a tua tipa, como realmente o uses. Acredito que sejas um tipo capaz de se pôr a engatar num bar ou discoteca, armado em Dom Juan, um copo na mão, a frase “vamos para minha casa” na outra. Sendo o teu grande pecado a luxúria procuras o prazer batendo em todas as portas, não deixando nada atravessar o teu caminho de fluidos. Tens um olhar fatal que arrepia qualquer menina e usa-lo para provocar terríveis estados febris nelas. Gostas de deixar a tua marca por onde passas, pensas que és ousado e arrebatador. Na verdade és muito fútil pois para ti a vida é um circo cheio de miúdas e uns toques na bola da Filosofia. Achas que és um expert em sexo, um deus kamasutra mas digo-te já que és um menino de coro, só me fazes rir. Coitadas das miúdas todas caidinhas por ti, grande desilusão depois de tanta paixão. Mas a saga continua porque tu não sabes parar, queres mais e mais, essa lista interminável continuar. Claro que és magro, muito exercício faz esse corpo tarado. Elas choram de amor mas tu, entretanto, já saltitaste para outra cama qualquer, com uma frieza glacial. Desgraças meio mundo e entreténs-te com a lixeira que fazes, porque gostas de sentir poder. Metes Nietzsche no teu discurso miserável egocêntrico: “Deus não existe, mas eu sim!” Sabes que as parvinhas das meninas caem que nem tordos nessa conversa, és um autêntico manipulador de mentes. És um experimentalista, gostas de pôr em prática as tuas ideias perigosas sobre essas criaturas frágeis e brincas com o seu intelecto. Também te armas em existencialista com grandes crises: “quem sou eu, para onde vou?”. As meninas têm, obviamente, pena e passam-te a mão pelo pêlo. No minuto a seguir estás a saltar-lhes em cima, seu bandido. Concluindo, és realmente uma ameaça andante. Devias ser excluído da sociedade.
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