quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Olá rapaz, bem disposto? Sabes o que é que eu ando a fazer agora? Saio à rua e cravo cigarros às pessoas porque estou mesmo à rasca nesta minha ressaca tabagista. Mas isso vai acabar porque eu tenho vergonha e além disso nunca mais deixo de fumar à séria. É como contigo, faça o que faça parece-me que nunca vou conseguir deixar-te à séria. Acho que já nem vale a pena tentar. O tabaco é importante deixar, faz mal para caramba. E tu? Já somos tão próximos, não é? Tu não queres que eu te deixe, pois não? Ficavas destroçado. No teu íntimo sim, eu sei que sim. Embora não o demonstrasses, eu sei que sim. Eu sei que sou a tua gaja, um dia destes disseste-me isso. Resta saber se tu és o meu gajo. Isto não é assim rapaz, não chegas aqui e é tudo teu. Para já nem sabes se eu estou “disponível para amar” (nome de um filme que eu nunca vi). Posso não estar. Posso estar a passar por um período de reclusão. Certifico-te que não estou. Mas posso não estar disponível para te amar a ti. Vê bem a quantidade de pessoas no mundo amáveis. No filme “Disponível para amar” Vasco Câmara questiona sobre os dois personagens: “será que eles se amam; ou será que eles inventam tudo?” Pois eu tenho de pensar muito a sério sobre esta última possibilidade no que diz respeito a nós os dois, até que ponto os meus sentimentos não serão uma invenção minha? Não viverei uma mentira dia após dia? Isso põe em causa uma parte de mim, porque a minha vida emocional não pode andar nestes tumultos. Sempre tive muita imaginação e quando ela se dirige para a história do príncipe encantado faz milagres. Venha ela, fantasia, invenção…E sabe-se lá do teu lado, na volta estás com o braço em cima do ombro de uma tipa qualquer. Nem sabes o que queres. Eu quero ir dormir e quero que venhas meter-me na cama. Beijo mar a arder.

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