sábado, 18 de setembro de 2010
Quando eles começarem a pintar o prédio de lado vai ser outro espectáculo, as duas janelas das minhas casas de banho não fecham. Ou se consegue arranjar os fechos ou tem de se mudar as janelas. Cá para mim, isto ainda vai sair caro. Mas andei a averiguar e eles não andam só a pintar as varandas, também estão a fazer a manutenção dos azulejos e a tratar das infiltrações que existem por todo o prédio. Portanto, ao contrário do que eu pensava são úteis. Não íamos querer azulejos a cair em cima da cabeça das pessoas e inundações nas casas de banho. Por falar em casas de banho, queres tomar um banhinho comigo? É tão sensual…Provocávamos de certeza uma grande inundação. No meio da inundação iria querer debruçar-me sobre a tua respiração e sorver as partidas e chegadas dos teus barcos deslizando sobre a clareza do vento. Um final poético, bonito, hã? Mas tu só chegaste a partir, e a chegada? Porra, custava-te muito teres-me deixado o teu número de telemóvel? Eu fui à casa uns tempos depois deixar um papel com uma pequena nota (a caneta era cor de rosa, ainda me lembro) dizendo que andava à tua procura e deixei o meu contacto, enfiei o papel na caixa de correio esperançosa. Mas se calhar eles não te conheciam, não faço a mínima ideia de como foste lá parar. Eu fui lá dar de uma forma tão singular, não? Realmente a língua italiana é a língua mais bela do mundo. E pensar que eu queria saltar em cima do italiano…Bem, pelo menos ele tinha um quarto (risos). Eu estava ali completamente perdida, não conhecia ninguém, não estava a falar com ninguém. O que é que eu estava ali a fazer? Estava à espera que dissesses a enorme parvoíce (para não dizer mais) que disseste para a noite ganhar sentido. Foi um arranjinho, acredita em mim.
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