Choro todos os dias pela minha menina, o meu coração está despedaçado sem ti ao pé de mim... Os meus dias são sempre escuros e solitários e nunca houve Inverno tão frio como este...sem ti. Como estás, sem mim, nesse país quente, cheio de novidades, pessoas que tropeçam na tua vida, cheias de algo que tu não conheces e tens a curiosidade de querer saber? Como estão esses aromas, esses sabores de África, só sua, que agora possuís, e ardem dentro de ti? Conta-me, conta-me, porque aqui só há camadas de roupa por cima de camadas de roupa e pessoas rezando para que faça menos frio. Invejo-te quando te imagino de sandálias pisando uma qualquer areia que desconheço mergulhando nesse mar quente e rindo-te, esse riso que tão bem conheço, esse riso que digo ser meu, como se pudesses ser minha assim, as duas deitadas num pano chamado toalha, o céu brilhando em cima, os olhares brincando com a energia do sexo em baixo. Conta-me com quem estás agora, quem te toca, em vez de mim? Quero saber, não para me doer, mas porque sempre foi assim... Ver-te feliz nessas paisagens que filmas constantemente com os olhos rebeldes, com essa força imparável que sempre amei em ti. Foi sempre o que quis para ti... Mas diz-me amor, quem te toca aí? Porque se ninguém o faz, fá-lo-ei pelas vezes de quem o deveria fazer a ti...
Da Sofia para a Inia
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