sábado, 9 de agosto de 2008
Odeio as noites desde que são noite, só o seu cheiro nauseabundo me enlouquece a alma. Esfriam o meu calor e libertam fantasmas de dor com os seus sons e ruídos de silêncio. Falo com ela, com a Floriana, coloco tudo em dúvida, a vida e o absurdo que ela representa. Não vejo a Floriana mas sei que ela está escondida no meio de toda a escuridão da noite. Não durmo por vezes, por vezes choro e penso ouvir o choro dos outros. A noite sela a esperança, adormece toda e qualquer luz, mas a Floriana dá-me palavras de alento, ela, sem que veja, segura-me as mãos até adormecer. E acabo sempre por adormecer, muitas vezes no colo quente dela.
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