domingo, 1 de novembro de 2009



(Henri de Toulouse-Lautrec "In Bed, The Kiss")
O meu mundo é belo
Porque vives nele
Encontramo-nos a qualquer altura
Em qualquer caminho
O sentido das coisas és tu
A minha substância respirando
O sol que me acompanha
Dou-ta de presente

Jaime

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

(Abel Manta)
Em cidades construídas por uma mão
Algo se desprendeu da emoção
Sei que te procurei tantos dias
E mal te encontrei
Cheiravas a outros encontros
E entre nós tantos desencontros
Tanto por dizer
E a minha voz continuou silenciada

Sofia Sara

terça-feira, 14 de julho de 2009

(Cipriano Dourado)
Deverá ser teu o coração meu?
Se nunca estás
E falta-me um rebento teu
Um dia teu
Nós dois ainda fará sentido?
Cercada de imagens
Que já não pertencem ao agora
Diz-me o que fazer a um coração
Que anseia o teu
Mas que bate sozinho?

domingo, 12 de julho de 2009



(Children with jigsaw puzzle of Leutze's painting of "Washington crossing the Delaware”)
Quero-te como um peixe de rio precisa de água doce. Quero levar-te comigo nas grandes migrações e percorrer contigo as grandes estradas. Não há abismo em frente porque te seguro sempre. Há dunas de sol fresco e o vento manso da tarde. A respiração vem da minha boca, uma paisagem cantada de maravilhas que trago de outros países. A terra que dizemos nos nossos lábios é aquela que seguiremos, cheia de vozes nossas embebida de alegrias.

Do Bruno para a Beatriz
De que me vale crescer tanto
Se o mundo pode estar
Tão cheio de brincadeiras
Vejo fontes a desfruírem de pássaros
E a rirem-se destes
Pétalas a quererem soltar-se
E as flores não deixarem
Só pelo prazer do momento
Como não galhofar
Se tudo à volta se diverte?

Celeste

(Vicent Van Gogh)

sábado, 23 de maio de 2009

Sabes, sinto que estou sempre nos teus olhos
Mostrando-te o que vejo
Os dias são contados docemente
Dentro de um jardim vasto construído por mim
De onde te trago os teus cheiros preferidos
Sabes o que é a amizade?
É o nosso encontro feito de encontros
Onde nos sentamos e é sempre o início
As nossas divagações sobre quase tudo
Na companhia de barcos circulando ao nosso redor
Trazes contigo o teu casaco antigo
As tuas memórias dos Açores
Deixa-me sussurrar-te os nossos segredos
Para nos pudermos rir
Sabes, sinto que estás sempre nos meus olhos
Mostrando-me o que vês

Para a Gabriela
RESPIRAÇÃO DE VIDA

Sinfonia doce
Respiração de vida
Num voo de bico erguido
Travessia pelos continentes
De manhãs suavizadas
Pelas dunas de vento
A profundeza dos olhos
Imersos em cardumes
Num desejo de imensidão

(George Seurat, Bathers Asnières)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Um olho certeiro que não acertou andava nos Alentejos e lá nada achou. Fervia de tintas e o gato lambeu-as. A menina viu e quis ser animal. Escolheu uma sra. Égua para esmigalhar os abusos da linguagem. Soa o alarme em mim…tudo o que for roedor não cabe aqui. Conta os dias, os calendários mas lembra-te sempre que foi o animal que o superou. A corrida, a corrida…

(Vincent Van Gogh, Japonaiserie Bridge in ther Rain")
Comer as estelas diurnas como se fossem um fruto, um pêssego, uma amora…aqui a luz tudo desflora ao sabor da chuva…ele lá ganhou coragem e pediu a menina de verde em namoro. Os pomares tinham os nomes que eles davam e mais ninguém sabia. Eles sorriam de mão dada ao som da mesma canção. Que dia de canção é hoje: é uma maçã…
O frio não tem horas marcadas…sento-me numa cadeira de jardim e penso o que tenho pensado há muito: o sentido das coisas. Está a chuviscar mas esse facto não me aborrece, o que me interessa é estar aqui. Mas podia ser noutro jardim qualquer. O jardim está todo molhado da chuva da noite anterior e parece ter mais do que a própria luz.
As estrelas do Natal estão a cair todas… levo algum tempo a pensar…este frio que desmancha ossos… penso nas manhãs que nunca tivemos…escreveste-me uma carta demasiado bonita e era tudo o que queria sentir… Mas não… apenas as vejo a cair… as estrelas...